A missão do ITENE é gerar conhecimento científico e tecnológico, adicionando valor a empresas através da implementação de soluções de inovação e desenvolvimento no setor da embalagem, transportes e logística. Neste aspeto, a sua contribuição para o projeto TRADEIT é única e com igual impacto em todos os setores. A Análise de necessidades e barreiras, realizada no início do projeto, identificou a embalagem e logística como duas das principais áreas de impacto nas pequenas empresas e que limitam a sua capacidade de crescimento. Estes desafios estão frequentemente relacionados, dado que as soluções de embalagem prolongam a vida útil dos produtos e, por isso, suportam uma grande variedade de soluções de logística abertas a pequenas empresas que procuram vender os seus produtos numa base geográfica mais alargada.

Com isto em mente, este evento de mediação foi concebido para oferecer às PMEs de produtores de alimentos tradicionais (PAT) o maior número possível de opções para as suas necessidades em termos de embalagens. Ao localizar o evento na HISPACK, ofereceu-lhes a possibilidade de explorar uma grande variedade de opções e aceder a um acervo substancial de conhecimentos.

A fórmula utilizada no evento de brokerage de sustentabilidade (discutido na lição 2), ocorrido na ANUGA FOODTEC, ofereceu um modelo para este evento, embora o objetivo fosse construir sobre o mesmo e adicionar-lhe ainda mais mais-valias para as PMEs participantes.

O objetivo do evento era oferecer aos PAT a oportunidade de explorar novas soluções e tecnologias em embalagens. A atenção esteve concentrada em tecnologias de ponta, tais como embalagens ativas e inteligentes, maquinaria, otimização e novos sistemas de rotulagem, que permitissem aos produtores alimentares prolongar a vida útil dos seus produtos, poupassem custos e tomassem consciência das mais recentes tendências na inovação em embalagem.

Esteve representado um número significativo de empresas de tecnologia de embalagem de alto relevo, que apresentaram algumas tecnologias bastante avançadas. No entanto, tomando em consideração a escala das empresas da rede TRADEIT e das empresas participantes, houve a preocupação de garantir que as soluções disponibilizadas eram relevantes para os produtores de alimentos presentes. Segue-se um resumo dos principais assuntos abordados pelos oradores:

	As embalagens ativas e inteligentes desempenham um papel importante na redução de desperdícios, no prolongamento da vida útil dos produtos, na redução de custos e na identificação mais fiável do estado dos produtos.
	Um método comercial inovador de indicação por etiqueta com códigos de cor para monitorização e apresentação da frescura e deterioração de peitos de frango embalados.
	O conceito de embalagem ativa descreve, sobretudo, embalagens alimentares que interagem química ou biologicamente com o conteúdo ou o espaço livre para prolongar a vida útil ou aumentar a segurança alimentar.
	A Bosch explorou a próxima geração de máquinas de embalagem, que acredita que não deve possuir armários, ser adaptativa, simples, eficiente e pronta para a indústria conectada, dado que os utilizadores finais pretendem otimizar a utilização dos seus espaços de produção.
	A FIAB atualizou os utilizadores no que respeita ao regulamento (UE) n.º 1169/2011 relativo ao fornecimento de informações alimentares aos consumidores, que entrou em vigor no dia 13 de dezembro de 2014.
	O plano Vida Sustentável da Unilever define a forma como a empresa pretende desassociar o seu crescimento do impacto ambiental, aumentando o impacto social positivo.
	Os projetos de investigação e desenvolvimento são projetos de negócios de natureza prática para criação e aperfeiçoamento significativo de um processo de produção, produto ou serviço, submetido por uma empresa ou por um grupo de empresas.

Além da contribuição dos peritos, foram realizados dois workshops interativos, que permitiram demonstrações e discussões interativas. Mercedes Hortal, do ITENE, apresentou as vantagens das embalagens ativas e inteligentes. Elena Cortes, da Enterprise Europe Network (EEN) moderou um debate sobre como a tecnologia no campo da embalagem pode ir ao encontro das necessidades de produtores de alimentos de pequenas dimensões. Estes workshops foram precedidos de uma visita guiada aos pavilhões da exposição, onde foram identificadas soluções de tecnologia que poderão ir ao encontro das necessidades dos setores dos laticínios, panificação e carnes.

Para consolidar de forma efetiva a aprendizagem com este evento, foram realizados workshops paralelos para cada setor, nos quais peritos TRADEIT, em embalagem, FIAB e um especialista de cada setor (panificação, laticínios ou carnes) desenvolveram com as PMEs breves debates para tentar encontrar soluções para problemas específicos. Isto resultou em algumas discussões acesas, dado que as PMEs desafiaram os peritos a encontrar soluções para os seus problemas que fossem económicas, de valor adicionado e exequíveis do ponto de vista técnico para produtores de pequena escala.

A principal conclusão deste evento é que a tecnologia se está a deslocar de forma rápida e impressionante. Apesar das PMEs valorizarem realmente as informações e conhecimentos obtidos, podem não se encontrar numa situação que lhes permita investir em sistemas e abordagens de ponta. De momento, uma tecnologia novapara a PME, pode ser inovadora o suficiente para as suas necessidades.